O começo...
E é isto o que tenho andado a fazer ultimamente. Os que me conhecem bem sabem que sou de poucas palavras, não, de palavras até tenho muitas, melhor dizendo, dificilmente falo dos meus sentimentos, do que me vai cá dentro. O meu desabafo, quando sai, é um momento histórico, expulso a conta-gotas e só através de tortura, insistência e muuuita paciência. Visto assim, na verdade, o torturado será quem insistir em oferecer-me o seu ombro amigo. Ah, ah!!
Mas a dor, a raiva, o ódio, o desespero, a…, tem de sair de alguma forma, se não, estaria morta ou internada em qualquer depósito da “saúde” completamente pastilhada e sonolenta. Pintar. Pintar parece que foi o escape que encontrei para parar de comer-me a cabeça, deitar alguma coisa cá para fora e agir nesta suspensão forçada da minha vida.
Os quadros que se seguem são sobretudo o experimentar de diferentes técnicas e métodos. Ainda estou a aprender a envolver-me técnica e emocionalmente com a tela, os pincéis e a tinta.
Estou apenas no princípio.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
receptor
Construí uma antena bem alta, afiada e sensível para captar as vibrações mais imperceptíveis.
Por este espaço me encontro flutuando entre os sonhos dos outros, divagando na locura alheia entre mirabolantes idéias.
Fruto da minha fraqueza, o de olhar para os outros, rebuscando abstratas transparências.
Sou um receptor de sensasões, receptáculo afunilado, mentalmente inacabado.
Lucy