
É curioso…
Da tristeza e da dor saiu a criação.
Este é o meu melhor quadro.
Sente-se, não sente? Tem de se ver ao vivo.
Porque é que a felicidade não é tão criativa?
E é isto o que tenho andado a fazer ultimamente. Os que me conhecem bem sabem que sou de poucas palavras, não, de palavras até tenho muitas, melhor dizendo, dificilmente falo dos meus sentimentos, do que me vai cá dentro. O meu desabafo, quando sai, é um momento histórico, expulso a conta-gotas e só através de tortura, insistência e muuuita paciência. Visto assim, na verdade, o torturado será quem insistir em oferecer-me o seu ombro amigo. Ah, ah!!
Mas a dor, a raiva, o ódio, o desespero, a…, tem de sair de alguma forma, se não, estaria morta ou internada em qualquer depósito da “saúde” completamente pastilhada e sonolenta. Pintar. Pintar parece que foi o escape que encontrei para parar de comer-me a cabeça, deitar alguma coisa cá para fora e agir nesta suspensão forçada da minha vida.
Os quadros que se seguem são sobretudo o experimentar de diferentes técnicas e métodos. Ainda estou a aprender a envolver-me técnica e emocionalmente com a tela, os pincéis e a tinta.
Estou apenas no princípio.